Desenvolvido por Thais Costa de Sousa em 2022 baseado no livro Hospitals & Healthcare Organizations: Management Strategies, Operational Techniques, Tools, Templates and Case Studies, por David Marcinko e Hope Rachel Hetico, publicado em 2013 pela Editora Productivity Press.
Manutenção hospitalar
A manutenção hospitalar é uma atividade fundamental para o bom funcionamento de um hospital e para o atendimento ao paciente. Problemas relacionados às instalações e edificações podem comprometer os serviços de saúde e até mesmo interrompê-los, além de comprometer a segurança e a qualidade nos atendimentos.
Uma boa manutenção eleva a produtividade hospitalar, reduz custos e desperdícios de materiais e tempo, traz qualidade e segurança.
A manutenção hospitalar exige cuidados especiais porque é realizada em ambientes que pode ocorrer contaminação. Os riscos no ambiente hospitalar que possuem relação com a necessidade de manutenção são:
A manutenção também pode provocar riscos, por causa da utilização de alguns agentes químicos: sabões, detergentes, ácidos para limpeza, solventes, entre outros. Cabe ao gestor garantir o descarte desses materiais e sua utilização de forma correta, assim como a orientação do uso de equipamentos de proteção dos funcionários com o auxílio do setor de Medicina do trabalho.
A manutenção hospitalar deve ser realizada em todos os andares e segmentos da instituição, considerando as instalações. A contaminação dos funcionários que realizam a manutenção é um risco constante e é preciso considerar que eles também podem infectar os pacientes.
São várias as vias para acontecer as contaminações: mãos, boca, olhos, feridas. É essencial que o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar entre em ação para orientação e capacitação dos funcionários sobre os procedimentos de proteção: lavagem de mãos, uso de EPI e uso de máscaras.
O controle vacinal dos colaboradores também é essencial, conforme a NR 32 para hepatite B, tétano, difteria e COVID-19.
Os acidentes de trabalho também podem provocar contaminações, como por exemplo, acidentes com materiais perfurocortantes. Basta, por exemplo, uma agulha esquecida no quarto para colocar em risco o colaborador da manutenção que pode esbarrar sem querer e se machucar.
É de responsabilidade do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, em conformidade com a legislação, analisar os protocolos dos serviços de manutenção para verificar os produtos utilizados, oferecer treinamento de boas práticas para controle de infecção, risco e prevenção, técnicas para a correta utilização de EPI, prevenção de acidentes, isolamento quando necessário, plano de gerenciamento de resíduos. As capacitações para os colaboradores da manutenção devem ser oferecidas continuamente e todas precisam ser registradas.
É fundamental que seja feito o gerenciamento do serviço de manutenção, especialmente se pensarmos em ambientes em que há risco de morte de pacientes. Imagine uma instalação elétrica mal feita provocando um incêndio em um quarto com pacientes com dificuldades de deambulação. Por isso, o Gestor precisa conhecer as Legislações vigentes dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e também as normas da ABNT pertinentes.
É preciso controlar também a contratação das empresas e checar a habilitação dos contratados para os serviços de manutenção.
As manutenções devem ser programadas e planejadas. Os detalhes do que será feito, onde será feito, o que será utilizado, quais funcionários estarão envolvidos, quanto tempo em média irá durar o serviço, os valores quer serão gastos, a definição de data e hora precisam ser muito bem especificados e o gestor deve acompanhar de perto a execução.
Manutenções planejadas
São as manutenções preventivas e preditivas.
As manutenções preventivas são definidas como um conjunto de ações e procedimentos com o objetivo de manter o funcionamento das instalações. Elas reduzem a chance de degradação e devem ser realizadas periodicamente.
As manutenções preditivas são aquelas que garantem as boas condições dos equipamentos de um Hospital. Elas são eficazes porque garantem o controle dos recursos da instituição e também a segurança de seus funcionários e pacientes. Elas só demandam ações diante de falhas.
Manutenções não planejadas
Manutenções corretivas são aquelas que localizam e reparam defeitos, por exemplo, quando há vazamentos ou rompimentos de instalações ou quando há necessidade de uma intervenção urgente.
Manutenções vigilantes são ações realizadas por técnicos que trabalham em manutenções não planejadas durante o plantão e que são especializadas em refrigeração, caldeira, elétrica e hidráulica.
O Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) é essencial para a gestão hospitalar, porque garante a eficiência dos processos de manutenções preventivas. Ele se traduz como indicativo de cuidados do patrimônio de um Hospital e garante maior vida útil de materiais, espaço físico, instalações e equipamentos. Saiba mais acessando https://bit.ly/3yHSv8q.
Conceitos Fundamentais:
Manutenção hospitalar – é um conjunto de cuidados técnicos que permitem e garantem o funcionamento de edificações e instalações a custos adequados, assegurando o atendimento ao paciente
Materiais Complementares:
A gestão e o controle dos serviços de manutenção hospitalar podem ser realizados por meio de indicadores. Aqui citamos os principais:
Como podemos perceber, a manutenção não ocorre apenas em relação a aparelhos e equipamentos hospitalares. Outros setores estão incluídos como: sistemas de climatização de ar; controle de temperatura e umidade; sistemas elétricos e hidráulicos; sistemas de gás e aquecimento; câmeras de monitoramento e segurança; manutenção predial.
O funcionamento de um Hospital precisa acontecer 24 horas por dia, todos os dias. Assim, são essenciais os serviços de manutenção hospitalar. A falta de cuidado com os equipamentos e instalações de um Hospital podem trazer prejuízos financeiros e humanos.
A falta de manutenção e gestão de riscos podem ocasionar acidentes catastróficos. Em 28 de junho de 2021, um incêndio praticamente destruiu o hospital Nestor Piva, em Aracaju, especializado em atendimento de infectados por Covid. Foi necessário retirar 72 pacientes às pressas. Quatro mulheres morreram. O Hospital não tinha plano de emergência para abrigar os pacientes em situações de comprometimento das instalações. O incêndio foi provocado por aquecimento de ar condicionado. Acesse: https://bit.ly/3Atg9qB
Referências
Bibliográficas
MARCINCO & HETICO (2013). Hospitals and Healthcare Organizations: Management Strategies, Operational Thecniques, Tools, Templates and Case Studies. Boca Raton, Fl. Aurebach Publications.
MOURA & VIRIATO (2022). Administração Hospitalar – Curso de especialização. Barueri, SP. Manole.
Sharma, Y; Sarma, RK ; Gomes, LA (2013). Hospital Administration – Principals and Practice. Bangladesh. Jaypee.
Livro de Referência:
Hospitals & Healthcare Organizations: Management Strategies, Operational Techniques, Tools, Templates and Case Studies
David Marcinko e Hope Rachel Hetico
Editora Productivity Press